S. Dinis e
S. BernardoDe Paço Real a Mosteiro feminino Cisterciense, local de sepultura do Rei D. Dinis
Um mosteiro de Clausura transformado em espaço para a Educação e para a Cultura

Um mosteiro de proteção régia

O Mosteiro de São Dinis e São Bernardo, com quase 7 anos de História, foi fundado pelo rei D. Dinis, em 1295, na sua Quinta de Vale de Flores, em Odivelas, e doado às monjas bernardas da ordem de Cister. A primeira fase de construção terá ocorrido entre 1295 e 1305. Ao longo dos anos, foram levantadas várias hipóteses para a sua edificação, existindo uma lenda sobre um ataque de um urso ao rei aquando de uma caçada perto de Beja. São apontadas outras motivações, que incidem em questões de afirmação e valorização do poder régio.

De estilo gótico primitivo, foi edificado de acordo com o modelo estabelecido por São Bernardo de Claraval. Restam atualmente a cabeceira da igreja (capela-mor e duas capelas laterais), onde se encontra sepultado o rei fundador, no seu túmulo, uma obra de referência da tumulária medieval portuguesa.

Viaje no tempo...

Nos reinados de D. João IV (1604-1656) e D. João V (1706-1750), o Mosteiro sofreu reformulações significativas, mas foi a reconstrução após o terramoto de 1755 que alterou profundamente a traça primitiva, com a introdução do estilo neoclássico, quer na igreja, quer nos lanços do Claustro Novo. Em 1888, a comunidade conventual foi extinta, com a morte da última monja. Em março de 1899, por iniciativa do Infante D. Afonso, irmão do rei D. Carlos, foram aprovados os Estatutos do Instituto D. Affonso e, a 14 de janeiro do ano de 1900, foi inaugurado o estabelecimento de ensino destinado à educação de filhas de militares. Mais tarde, foi renomeado como Instituto de Odivelas. No ano de 2015, o Instituto de Odivelas encerrou, colocando um ponto final a mais de um século de atividade.

Os túmulos D. Dinis e Infante

No interior da Igreja, destacam-se os dois túmulos góticos: o de D. Dinis e um outro atribuído a um seu descendente. O túmulo de D. Dinis é o primeiro a introduzir a monumentalidade na tumulária portuguesa. Um dos monumentos fúnebres mais belos do gótico português, este túmulo data da 1ª metade do século XIV, tendo sido classificado como Monumento Nacional. O programa iconográfico, que terá sido escolhido pelo próprio D. Dinis, traduz o simbolismo da “boa morte”, ou seja, um bom rei sabe morrer… Mensagem de grandeza, temor e agradecimento a Deus, para que fosse bem recebido no céu. A submissão do poder político ao poder espiritual está representada na imagem de D. Dinis ajoelhado perante São Bernardo de Claraval.

Inicialmente localizado ao centro da igreja, conforme determinação do monarca, e protegido com gradeamento, foi posteriormente mudado para a sua localização atual. Com o terramoto de 1755, que causou o abatimento da cobertura da igreja, o túmulo ficou muito danificado. Alvo de duas intervenções de restauro no século XIX (1861 e 1880), em 1939 procede-se à sua abertura no âmbito de obras de recuperação da igreja.

Entre 2016 e 2022, os túmulos de D. Dinis e do Infante foram alvo de uma intervenção de Conservação e Restauro no âmbito de um projeto de cooperação entre a Câmara Municipal de Odivelas e a Direção-Geral do Património Cultural. A intervenção prevista circunscrevia-se às arcas mas, em 2019, foi alargada ao seu conteúdo. Tratou-se de um estudo articulado entre áreas de investigação de conservação e restauro, bioantropologia e arqueologia, abrangendo o tratamento pétreo e consolidação das policromias existentes na escultura tumular, e com resultados surpreendentes, que incluem a descoberta da absolutamente extraordinária espada do rei.

Um local de tradição feminina e de cultura

O Mosteiro de Odivelas constituiu um importante polo de atração e de desenvolvimento para a região de Odivelas. À sua volta organizou-se o núcleo urbano, através da construção de habitações de pessoas ligadas direta ou indiretamente ao cenóbio. De Mosteiro feminino a Instituto para albergar filhas de militares durante o século XX. Atualmente, em obras de requalificação, albergará alguns serviços da Câmara Municipal de Odivelas, um Espaço Museológico e ainda Residências Universitárias para o ISCTE, a Sede da Conservatório de Música D. Dinis e as futuras instalações do ISCE.

Características principais

IMG_1979
A igreja

A primitiva construção, em estilo gótico, tinha 72 metros de comprimento e 3 naves. O corpo da igreja foi reconstruído em estilo neoclássico.

IMG_1998
Acervo artístico

Pinturas na igreja e átrio da Rainha Santa, do Período Maneirista, atribuídas a Diogo Teixeira, e barrocas, atribuídas a André Reinoso.

3
Sistema hidráulico

Do engenhoso sistema hidráulico subsiste no Jardim da Princesa, baldaquino, tanques e fontanários.

4
Cozinha

Barroca, revestida a azulejo de figura avulsa azul e branco (século XVIII), com pia de lavagem monolítica em calcário rosa.

5
Refeitório de monjas

Destacam-se as paredes revestidas de azulejos branco madrepérola na parte superior e de azulejos azuis e brancos (século XVIII), bem como o teto de masseira do séc. XVII.

Proteção legal

Classificado como MN – Monumento Nacional

Informações importantes

Horário de visita

Visitas orientadas – 1º e 3º sábados de cada mês

Horário do culto

Domingo – 10H45

Acessibilidade

https://www.cm-odivelas.pt/conhecer-odivelas/acessibilidades

Responsável

Câmara Municipal de Odivelas

Contactos

Grupo de Trabalho para a criação do Centro Interpretativo do Mosteiro de Odivelas
visitas.mosteirodeodivelas@cm-odivelas.pt

Divisão de Cultura e Turismo:
219 320 000

Serviço Educativo:
219 320 812

Loja

Não

comer
Onde comer

Saiba mais →

dormir
Onde ficar

Saiba mais →

localizacao
Como chegar

Saiba mais →

Notícias e Eventos

encontro-abadias-cistercienses
Encontro Internacional de Abadias Cistercienses

História, cultura e gestão do património estão no centro da reflexão e debate proposto para os dias 10 e 11 de novembro no Mosteiro de Alcobaça, na 5ª edição do Encontro Internacional de Abadias Cistercienses. Este ano o tema proposto para o encontro é “Estratégias para a gestão cultural e turística do património cisterciense europeu”, […]

DJI_0061
Notícia 2

Typography is the work of typesetters, compositors, typographers, graphic designers, art directors, manga artists, comic book artists, graffiti artists, and now—anyone who arranges words, letters, numbers, and symbols for publication, display, or distribution—from clerical workers and newsletter writers to anyone self-publishing materials.

Encontro Internacional de Abadias Cistercienses

História, cultura e gestão do património estão no centro da reflexão e debate proposto para os dias 10 e 11 de novembro no Mosteiro de Alcobaça, na 5ª edição do Encontro Internacional de Abadias Cistercienses. Este ano o tema proposto para o encontro é “Estratégias para a gestão cultural e turística do património cisterciense europeu”, […]

Notícia 2

Typography is the work of typesetters, compositors, typographers, graphic designers, art directors, manga artists, comic book artists, graffiti artists, and now—anyone who arranges words, letters, numbers, and symbols for publication, display, or distribution—from clerical workers and newsletter writers to anyone self-publishing materials.