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Santa Maria de
Almoster“Al monasterii, Almonaster, o Mosteiro”…um lugar a descobrir

“Al monasterii, Almonaster, o Mosteiro”…um lugar a descobrir

A toponímia “Almoster” parece surgir como um desígnio para o lugar. Deste modo, apresenta-se consensual e são vários os autores (PINHO LEAL; AZEVEDO; VASCONCELOS; JORGE; MASCARENHAS; VARANDAS) que apontam para uma pré-existência paleocristã anterior à ocupação arábe do Gharb a que a vontade de D. Sanche Peres remomoria e efetiva com o seu legado testamentário a sua filha D. Berengária Aires responsável pela fundação do Mosteiro de Santa Maria de Almoster.

Remonta pois a 2 de julho de 1287 essa vontade expressa de ali se fundar um mosteiro feminino preferencialmente ligado a Cister e logo em setembro do mesmo ano obtêm licença do Capitulo Geral de Cister, filiando-se diretamente a Claraval. Claro que o tempo e os homens ditarão que as ligações a abadia de Alcobaça se evidenciem.

Almoster e a sua ligação à nobreza

A estreita ligação à nobreza é crucial para o seu crescimento, para isso contribuiram as benesses recebidas da Rainha D. Beatriz e sobretudo da Rainha Santa Isabel de Aragão de quem Berengária era aia e do próprio Rei D. Dinis. Também os reis D. João D. Afonso IV, D. Pedro I, D. Fernando e D. joão I prolongaram esse patrocínio.

A par desta ligação quase familiar, não descuremos que se encontrava nas imediações de Santarém, antiga vila realenga onde a Corte ao tempo se demorava por largos períodos.

Como figuras de renome surgem nos também Violante Gomes, mãe de D. António Prior do Crato e Gil Eanes da Costa político do tempo da monarquia dual e grande mecenas artístico na urbe scalabitana cuja lápide se encontra na capela-mór.

Almoster e as vicissitudes dos tempos

No decorrer da Lei de 30 de maio de 1834, no âmbito da “reforma geral do Clero”, tal como aconteceu com todos os conventos e mosteiros em Portugal, viu o seu fim anunciado. O convento de Santa Maria de Almoster viu o seu encerramento enquanto equipamento monástico com a morte da última freira em 21 de outubro de 1887. Estes factos conduziram à ruina e abandono do mosteiro que foi alvo de inúmeros roubos e também de venda em hasta pública de património azulejar e outros bens móveis.

Do complexo monástico encontra-se preservada essencialmente a igreja, que entretanto se tornou na matriz paroquial e foi já alvo de campanhas de restauro, a mais recente nos anos de 2000-2006 por parte do então IPAAR.

Permanece ainda o claustro interior com os seus capiteis medievos, com vestígios de pinturas murais do séc. XVII-XVIII, inúmeras lajes tumulares, a fonte da Crasta , a Sala do Capitúlo com silhar de azulejos setecentistas em tons de azul e branco, banco corrido e no pavimento as lajes sepulcrais das abadessas. Do refeitório que foi ocupado pela Estação Zootécnica Nacional e do dormitório apenas restam algumas ruínas. O conjunto é classificado como Monumento Nacional desde 1920.

Almoster e o património natural

Como é habitual na matriz Cistercience o mosteiro implantou-se na bacia da Ribeira de Almoster, sendo ainda hoje visível nas imediações do Mosteiro todo a estrutura do Aqueduto.

A prosperidade fundiária assentava nos territórios agrícolas ferteis, nos cursos de água, nos caminhos de acesso e de escoamento de produtos. Há pois muitos caminhos pedestres a explorar…

Ao couto de Almoster acorriam os géneros dos pagamentos dos seus , de acordo com as memórias paroquiais de 1758 tinha desde a sua fundação uma enfermaria, albergaria que socorriam os peregrinos e também os nobres.

A freguesia de Almoster oferece ao vistante a possibilidade de descobrir um povoado rural, com algumas fontes, paúis, as suas tradições, local também da batalha de Almoster travada em 18 de fevereiro de 1834 entre as tropas de D. Miguel e do Duque de Saladanha, onde os liberais alcançaram a vitória.

Almoster na atualidade

Hoje o Mosteiro de Santa Maria de Almoster é a sede da paróquia de Almoster, mantendo de algum modo a sua função primordial, não no recolhimento do cenóbio, mas no louvor a Deus, no convite à contemplação da beleza do lugar, na abertura à comunidade e a todos quantos o visitam.

O seu património pode ser visitado in loco, mas algumas das suas peças no âmbito de projeto de salvaguarda encontram-se em exposição no Museu Diocesano de Santarém.

Almoster arquitectura e arte

Do ponto de vista do edificado, a igreja segue a tipologia do gótico mendicante de Santarém, compondo-se no interior por três naves de cinco tramos de arcos ogivais, separadas por pilares com pilastras adossadas lateralmente, decoradas nos capitéis com motivos vegetalistas. A capela -mor apresenta volumes escalonados sendo coberta por abóbada de cruzaria de ogivas.

A fachada poente divide-se em três panos dividos por contrafortes refetindo as três naves de diferentes alturas. Destaca-se a rosácea que rasga o pano central, a fachada nascente contém o óculo da capela-mor e apresenta frestas nas absidais, sendo estas rasgadas por janelas quadrangulares.

Na fachada norte, encontram-se adossados o claustro e a sala do capítulo. Finalmente, a fachada sul é rasgada por três estreitas frestas e pelo grande pórtico da igreja, inserido em gablete. Esta parede é corrida, a meia altura, por uma cachorrada de pedra, que encima uma arcada de nove vãos em arcos de volta perfeita sobre pilares de cantaria. O pórtico apresenta três arquivoltas góticas bem delineadas, arrancando de quatro colunas capitelizadas e de dois pilares de pedraria. Do lado direito da porta, ergue-se uma capela de invocação de Nossa Senhora da Piedade, que apresenta no exterior gárgulas.

Ao longo dos séculos e adequando-se aos gostos da época, o mosteiro sofreu várias campanhas que alteraram a austeridade do primitivo edificio cisterciense. Destaca-se a construção do coro baixo maneirista que separava a zona das religiosas da parte destinada aos leigos, no século XVII  os paineis de azulejaria com motivos de padrao e de tapete, assim como os revestimentos retabulares e de nichos em talha dourada barroca. O séc. XVIII trouxe novas intervenções expressas em ornatos de alvenaria e arranjos nas absides.

Do seu património móvel destacam-se o seu sino primitivo datado de 1292, a escultura gótica representado Cristo na Cruz, antifonário de 1472, tábuas do ciclo maneirista scalabitano e do mestre Diogo Teixeira, escultura em chumbo representando menino Jesus na Cruz do séc. XVIII.

Características principais

1
Arquitetura

Gótica cisterciense.

2
Enquadramento

Natural, mantendo o aqueduto do sistema hidráulico testemunho da matriz cisterciense.

3
Azulejaria

Azulejaria.

Informações importantes

Horário de visita

Visitas por marcação prévia

Horário do culto

Domingo às 10h45

Acessibilidade

Acessibilidade (refere-se às condições de acessibilidade física)

Responsável

Diocese de Santarém, Paróquia de Santa Maria de Almoster

Contactos

Telf. 243 491 404
243 304 065

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Notícias e Eventos

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Notícia 2

Typography is the work of typesetters, compositors, typographers, graphic designers, art directors, manga artists, comic book artists, graffiti artists, and now—anyone who arranges words, letters, numbers, and symbols for publication, display, or distribution—from clerical workers and newsletter writers to anyone self-publishing materials.

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