Do ponto de vista do edificado, a igreja segue a tipologia do gótico mendicante de Santarém, compondo-se no interior por três naves de cinco tramos de arcos ogivais, separadas por pilares com pilastras adossadas lateralmente, decoradas nos capitéis com motivos vegetalistas. A capela -mor apresenta volumes escalonados sendo coberta por abóbada de cruzaria de ogivas.
A fachada poente divide-se em três panos dividos por contrafortes refetindo as três naves de diferentes alturas. Destaca-se a rosácea que rasga o pano central, a fachada nascente contém o óculo da capela-mor e apresenta frestas nas absidais, sendo estas rasgadas por janelas quadrangulares.
Na fachada norte, encontram-se adossados o claustro e a sala do capítulo. Finalmente, a fachada sul é rasgada por três estreitas frestas e pelo grande pórtico da igreja, inserido em gablete. Esta parede é corrida, a meia altura, por uma cachorrada de pedra, que encima uma arcada de nove vãos em arcos de volta perfeita sobre pilares de cantaria. O pórtico apresenta três arquivoltas góticas bem delineadas, arrancando de quatro colunas capitelizadas e de dois pilares de pedraria. Do lado direito da porta, ergue-se uma capela de invocação de Nossa Senhora da Piedade, que apresenta no exterior gárgulas.
Ao longo dos séculos e adequando-se aos gostos da época, o mosteiro sofreu várias campanhas que alteraram a austeridade do primitivo edificio cisterciense. Destaca-se a construção do coro baixo maneirista que separava a zona das religiosas da parte destinada aos leigos, no século XVII os paineis de azulejaria com motivos de padrao e de tapete, assim como os revestimentos retabulares e de nichos em talha dourada barroca. O séc. XVIII trouxe novas intervenções expressas em ornatos de alvenaria e arranjos nas absides.
Do seu património móvel destacam-se o seu sino primitivo datado de 1292, a escultura gótica representado Cristo na Cruz, antifonário de 1472, tábuas do ciclo maneirista scalabitano e do mestre Diogo Teixeira, escultura em chumbo representando menino Jesus na Cruz do séc. XVIII.