São Bernardo de
PortalegreSímbolo maior da arquitetura monumental quinhentista em Portalegre

Uma obra-prima do Renascimento num mosteiro cisterciense: o sumptuoso túmulo de D. Jorge de Melo, antigo Abade de Alcobaça e bispo da Guarda

Fundado em 1518 por D. Jorge de Melo, abade de Alcobaça (1505-1519) e mais tarde bispo da Guarda (1519-1545), a construção do Mosteiro de São Bernardo de Portalegre foi Iniciada em 1526 e terminada em 1548, tendo sido dedicado, depois, a Nossa Senhora da Conceição. Alvo de ampliações e remodelações durante os séculos XVII e XVIII, pouco conserva da primeira fase de construção quinhentista. Não obstante, a sua igreja permanece um exemplo raro da arquitetura religiosa deste período no Alto Alentejo.

A fachada do mosteiro é marcada por uma alpendrada que dá entrada à Igreja e serve de limiar à portaria primitiva do convento. Para o recinto do imponente Mosteiro entra-se por uma porta em ferro do séc. XVII com o escudo da Ordem de S. Bernardo; esta precede um extenso pátio cercado de muros. Um pórtico datado de 1547 sob a alpendrada comum à igreja, com azulejos datados de 1739, dá acesso ao edifício. O portal da igreja, atribuído a Pero Gomes de Estremoz, encimado pelas armas dos Melos, é uma das melhores obras do período renascentista.

A igreja apresenta cruz latina, de nave única, com cabeceira composta por capela-mor e capelas colaterais, espaços cobertos por abóbadas polinervadas manuelinas. Preserva o coro alto e o coro baixo sobrepostos, este último construído já no séc. XVII, com colunas cilíndricas suportando um teto em caixotões, e respetivas grades. Ainda restam vestígios de pinturas a fresco. De ambos os lados dos coros encontram-se os magníficos cadeirais das monjas. De referir o revestimento azulejar historiados, com cenas da vida profana e religiosa, a branco e azul, do século XVIII. O púlpito, o túmulo fronteiriço e o pórtico principal são da mesma época, todos eles atribuídos a Pero Gomes, de Estremoz.

Viaje no tempo...

Túmulo de D. Jorge de Melo, um dos maiores e mais sumptuosos de Portugal

No interior da igreja encontra-se o túmulo de D. Jorge de Melo, fundador do mosteiro, obra maior do renascimento em Portugal. Acerca deste, terá comentado o Rei Filipe II de Espanha (I de Portugal) durante a sua visita a Portalegre: «grande gaiola para tão pequeno pássaro». Com efeito, o monumental túmulo (com 7 metros de largura e 12 de altura) realizado em mármore de Estremoz, ainda em vida do seu encomendador, constitui indubitavelmente um símbolo do poder e de afirmação pessoal deste humanista que foi um grande mecenas.

Atribuído ao escultor Pero Gomes, apresenta, como tema iconográfico central o Encontro de São Joaquim e Santa Ana na porta dourada, ladeado pela representação de vários santos, entre eles São Bento e São Bernardo, que envolvem a figura jacente do bispo.

Um dos símbolos da doçaria conventual de portalegre

Em 1834, após a extinção das Ordens Religiosas, as monjas dedicaram-se à confeção de doces, sendo os mais conhecidos os famosos rebuçados de ovos de Portalegre. As honras gastronómicas ganham especial relevo nesta atmosfera ao mesmo tempo nobre e sacra, sendo de referir a realização neste monumento da Feira de Doçaria Conventual de Portalegre.

Dois claustros com capitéis ricamente decorados

O claustro grande é um quadrilátero ajardinado, com galerias abobadadas, abre em arcadas sobre o pátio da fonte de granito, com coluna, tanque e bacia. O claustro é de dois andares com pavimentos lajeados.

O claustro nascente é o menor e o mais antigo. Construído na forma de um quadrado, a sua exatidão geométrica decorre de uma perfeição religiosa. Na parte interna temos um alpendre onde existia um lavabo. Dá acesso à Sala do Capítulo.

De mosteiro a escola da guarda, centro de formação de Portalegre da Guarda Nacional Republicana

Depois da exclaustração, o edifício tem recebido várias funções: em 1879, instala-se o Seminário Diocesano; entre 1880 e 1887, passa a funcionar aqui o Liceu de Portalegre; em 1911, o monumento começa a ser utilizado por instituições militares e paramilitares; entre 1932 e 1961, o Museu Municipal ocupa a igreja. Hoje alberga a Escola da Guarda – Centro de Formação de Portalegre da Guarda Nacional Republicana.

Para além do valor arquitetónico e artístico intrínseco, pela sua situação topográfica, subjacente à serra e dominando a cidade, pode-se também daqui contemplar o esplendor da paisagem envolvente.

Características principais

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Pórtico da igreja

Atribuído a Pero Gomes de Estremoz, encimado pelas armas dos Melos, é uma das melhores obras do período renascentista.

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Túmulo de D. Jorge de Melo

Uns dos maiores e mais sumptuosos de Portugal. De autoria de Pero Gomes, foi feito em mármore de Estremoz ainda em vida do encomendador, entre 1535 e 1540.

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Azulejaria

Painéis de azulejos historiados dos séculos XVII e XVIII, com cenários da vida profana e religiosa.

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Fonte de Neptuno

No terreiro existe uma elegante fonte em mármore branco de Estremoz, com a figura de Neptuno e de várias sereias.

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Cruzeiro

Em mármore, renascentista, numa face representando a figura de Cristo Crucificado e na outra a Pietá. Classificado como Monumento Nacional.

Informações importantes

Horário de visita

9h00 – 12h30 /14h00 – 18h00

Visita livre acompanhada por um elemento da Escola Prática da GNR que assegura a abertura da Igreja

Acessibilidade

A acessibilidade a pessoas com dificuldade física existe mas terá que ser autorizada pelo elemento da Escola Prática da GNR

Responsável

Escola Prática do Agrupamento de Instrução da Guarda Nacional Republicana

Contactos

Telf.+351 245 309 917

Email: eg.cfp@gnr.pt

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